Archive for the Dos desvarios. Category

Comum de dois.

Posted in Dos desvarios. on 17/10/2011 by adrianatribal

“Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre meia rasgada; de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, de fazer cesta abraçado, fazer compra junto.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.”

Arthur da Távola..

Peito vazio.

Posted in Dos desvarios. on 21/08/2011 by adrianatribal

 

 

“Nada consigo fazer
Quando a saudade aperta
Foge-me a inspiração
Sinto a alma deserta
Um vazio se faz em meu peito
E de fato eu sinto
Em meu peito um vazio
Me faltando as tuas carícias
As noites são longas
E eu sinto mais frio”

(Cartola)

Sobre as cheias.

Posted in Dos desvarios. on 27/07/2011 by adrianatribal

‎:
Não caibo em mim
como em si cabem os tímidos, os covardes,
os mesquinhos…
eu transbordo por todos os poros,
eu salto pelos olhos
e vôo com os passarinhos

sair de si é o primeiro gesto
em direção à Vida

(Dele)

Destino.

Posted in Dos desvarios. on 25/05/2011 by adrianatribal

“Conta pra mim de onde a gente se conhece. De onde vem a sensação de que sempre esteve aqui, quando eu sei que não estava. Conta por que nada do que diz sobre você me parece novidade, como se eu estivesse lá, nos lugares que relembra, quando eu sei que não estive. Conta onde nasce essa familiaridade toda com os seus olhos. Onde nasce a facilidade para ouvir a música de cada um dos seus sorrisos. Onde nasce essa compreensão das coisas que revela quando cala. Conta de onde vem a intuição da sua existência tanto tempo antes de nos encontrarmos.
Conta pra mim de onde a gente se conhece. De onde vem essa repentina admiração tão perene. De onde vem o sentimento de que nossas almas dialogavam muito antes dos nossos olhos se tocarem. Conta por que tudo o que é precioso no seu mundo me parece que já era também no meu. De onde vem esse bem-querer assim tão fácil, assim tão fluido, assim tão puro. Conta de onde vem essa certeza de que, de alguma maneira, a minha vida e a sua seguirão próximas, como eu sinto que nunca deixaram de estar.”

(Ana Jácomo)

Unidade.

Posted in Dos desvarios. on 22/05/2011 by adrianatribal

Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei

Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso

Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo
Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento.

(Sophia de Mello Breyner Andresen)

Só a lua…

Posted in Dos desvarios. on 10/05/2011 by adrianatribal

Linha de luz nos olhos fechados, despertar ao beijo do Sol. Ela sorri, Lua mansa e outonal, Crescente arco a flutuar pelos dias e noites de cores raras. Mistério há e não há, sejam brotos do plantio, sejam imprevisíveis. Posto e exposto está, porém, grau a grau até se fazer Cheia. Hipnótica, cai quem quiser em suas cantigas de autoenganar, ondulações do véu de Maya. Posto e exposto está, clara aclara. Lua caçadora, pauta os passos para quem empreende artes e ofícios, alimenta os seus. Generosa, compartilhará feitos, reflexos e efeitos na tela do céu. Exigente, doará tempo e espaço a quem quer dar o seu melhor, mas anotará os débitos no ponto mais alto do quadro. Lua das escolhas, costureira das colheitas. No bojo dos eventos, no cadinho do alquimista, o caminhante reorienta seu navegar e imprime suas estrelas no mapa do chão.    

(Amanda Costa)

En_cante

Posted in Dos desvarios. on 29/04/2011 by adrianatribal

Me encante da maneira que você

quiser, como você souber.

Me encante, para que eu possa me dar…

Mas, me encante de verdade, com vontade…

Que depois, eu te confesso que me apaixonei,

e prometo te encantar por todos os dias…

Pelo resto das nossas vidas!

(Pablo Neruda)


Baladinha…

Posted in Dos desvarios. on 13/04/2011 by adrianatribal

 

 

Quando os bichos dançam com as fadas Entre uma balada e um blues A paixão cai da madrugada lá do céu escorrem azuis Pingam luas, gotas aladas Entre uma balada e um blues No repouso das cavalgadas quando a noite abranda essa luz O calor das mãos apertadas reconforta a mão que conduz Um amor dos contos de fadas Entre uma balada e um blues Quando os bichos dançam com as fadas Entre uma balada e um blues A paixão cai da madrugada lá do céu escorrem azuis e Pingam luas, gotas aladas Entre uma balada e um blues No repouso das cavalgadas quando a noite abranda essa luz O calor das mãos apertadas reconforta a mão que conduz Um amor dos contos de fadas

(Oswaldo Montenegro)

 

 

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Posted in Dos desvarios. on 05/03/2011 by adrianatribal

Em um ano você dá valor e todas as horas espalhadas, você costura elas e inaugura um outro tempo. Em um ano você aprende palavras novas, você ganha um filho, um neto, duas gatas e algumas flores, em um ano você conhece outras formas de sentir, outras maneiras de falar, outros motivos pra ouvir, você doa as gatas e vê as flores murcharem. Em um ano você canta novas canções e enterra melodias antigas

(Wise men say only fools rush in
But I can’t help falling in love with you
Shall I stay would it be a sin
If I can’t help falling in love with you)

Em um ano você perde o medo e ganha pavores piores,  conhece outra coragem e cala a covardia. Em um ano você vence e perde, você vê seu seu ninho abandonado, e prepara novas posturas. Em um ano você chora as lágrimas mais terríveis, dá os sorrisos mais sinceros e as gargalhadas mais alegres.

(Like a river flows surely to the sea
Darling so it goes some things are meant to be
Take my hand take my whole life too
For I can’t help falling in love with you)

Em um ano você deixa de fazer tudo o que sempre fez, esquece tudo o que sempre soube. Tudo é novo em um ano. Em um ano você se entrega, se recolhe, se perde e se encontra. Em um ano você muda de cidade de país de bairro de trabalho de casa de família de amigos você põe fora tudo que era referente e as suas células se desmontam e montam de umas formas estranhas. Em um ano você deixa de ser um, e suas mãos deixam de ser vazias.

(Like a river flows surely to the sea
Darling so it goes some things are meant to be
Take my hand take my whole life too
For I can’t help falling in love with you
For I can’t help falling in love with you)

Em um ano você passa a acreditar e a conhecer, em um ano você começa a amar, e tem certeza de que nunca mais vai parar. Mesmo que tenha sido só um ano. Por enquanto.

Cyber!!!!!!!!!!!!!!!!!

Posted in Dos desvarios. on 03/02/2011 by adrianatribal

And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?

And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?And now Cyber?

 

 

And now Cyber?

It’s always you and me.