Archive for the Sobre depois. Category

Madredeus…

Posted in Sobre depois. on 21/01/2011 by adrianatribal

 

O que eu queria ouvir…

 

Carta Anônima

Posted in Sobre depois. on 29/11/2010 by adrianatribal

 

 

Tenho trabalhado tanto, mas penso sempre em você. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assentada aos poucos e com mais força enquanto a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos. Tão transparentes que até parecem de vidro, vidro tão fino que, quando penso mais forte, parece que vai ficar assim clack! e quebrar em cacos, o pensamento que penso de você. Se não dormisse cedo nem estivesse quase sempre cansado, acho que esses pensamentos quase doeriam e fariam clack! de madrugada e eu me veria catando cacos de vidro entre os lençóis. Brilham, na palma da minha mão. Num deles, tem uma borboleta de asa rasgada. Noutro, um barco confundido com a linha do horizonte, onde também tem uma ilha. Não, não: acho que a ilha mora num caquinho só dela. Noutro, um punhal de jade. Coisas assim, algumas ferem, mesmo essas que são bonitas. Parecem filme, livro, quadro. Não doem porque não ameaçam. Nada que eu penso de você ameaça. Durmo cedo, nunca quebra.

Daí penso coisas bobas quando, sentado na janela do ônibus, depois de trabalhar o dia inteiro, encosto a cabeça na vidraça, deixo a paisagem correr, e penso demais em você. Quando não encontro lugar para sentar, o que é mais freqüente, e me deixava irritado, descobri um jeito engraçado de, mesmo assim, continuar pensando em você. Me seguro naquela barra de ferro, olho através das janelas que, nessa posição, só deixam ver metade do corpo das pessoas pelas calçadas, e procuro nos pés daquelas aqueles que poderiam ser os seus. (A teus pés, lembro.). E fico tão embalado que chego a me curvar, certo que são mesmo os seus pés parados em alguma parada, alguma esquina. Nunca vejo você – seria, seriam? Boas e bobas, são as coisas todas que penso quando penso em você. Assim: de repente ao dobrar uma esquina dou de cara com você que me prega um susto de mentirinha como aqueles que as crianças pregam umas nas outras. Finjo que me assusto, você me abraça e vamos tomar um sorvete, suco de abacaxi com hortelã ou comer salada de frutas em qualquer lugar. Assim: estou pensando em você e o telefone toca e corta o meu pensamento e do outro lado do fio você me diz: estou pensando tanto em você. Digo eu também, mas não sei o que falamos em seguida porque ficamos meio encabulados, a gente tem muito pudor de parecer ridículos melosos piegas bregas românticos pueris banais. Mas no que eu penso, penso também que somos meio tudo isso, não tem jeito, é tudo que vamos dizendo, quando falamos no meu pensamento, é frágil como a voz de Olívia Byington cantando Villa-Lobos, mais perto de Mozart que de Wagner, mais Chagal que Van Gogh, mais Jarmush que Win Wenders, mais Cecília Meireles que Nelson Rodrigues.

Tenho trabalhado tanto, por isso mesmo talvez ando pensando assim em você. Brotam espaços azuis quando penso. No meu pensamento, você nunca me critica por eu ser um pouco tolo, meio melodramático, e penso então tule nuvem castelo seda perfume brisa turquesa vime. E deito a cabeça no seu colo ou você deita a cabeça no meu, tanto faz, e ficamos tanto tempo assim que a terra treme e vulcões explodem e pestes se alastram e nós nem percebemos, no umbigo do universo. Você toca minha mão, eu toco na sua.

Demora tanto que só depois de passarem três mil dias consigo olhar bem dentro dos seus olhos e é então feito mergulhar numas águas verdes tão cristalinas que têm algas na superfície ressaltadas contra a areia branca do fundo. Aqualouco, encontro pérolas. Sei que é meio idiota, mas gosto de pensar desse jeito, e se estou em pé no ônibus solto um pouco as mãos daquela barra de ferro para meu corpo balançar como se estivesse a bordo de um navio ou de você. Fecho os olhos, faz tanto bem, você não sabe. Suspiro tanto quando penso em você, chorar só choro às vezes, e é tão freqüente. Caminho mais devagar, certo que na próxima esquina, quem sabe. Não tenho tido muito tempo ultimamente, mas penso tanto em você que na hora de dormir vezemquando até sorrio e fico passando a ponta do meu dedo no lóbulo da sua orelha e repito repito em voz baixa te amo tanto dorme com os anjos. Mas depois sou eu quem dorme e sonha, sonho com os anjos. Nuvens, espaços azuis, pérolas no fundo do mar. Clack! como se fosse verdade, um beijo.

…..

(Caio Fernando Abreu)

 

Tu Tu TU

Posted in Sobre depois. on 28/11/2010 by adrianatribal

Eiiiii!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Ele conhece teu DDD, ele sabe teu numero, ele sabe tudo de vc, ele só não tá mais a fim disso, seja lá o que era, pra vc ou pra ele, ele não tá mais afim! Tendeu cabeçona??

Mono_…

Posted in Sobre depois. on 28/11/2010 by adrianatribal
Ela: Com dois monólogos não se faz um diálogo…
Ele: Nem sempre! É preciso que estejam a menos de meio metro de distância, ou então ligados por uma amizade tecida com fios de dor, amor, paixão, saudade e tingida com a cor da esperança!
Ela: Esse é o tipo de coisa que EU escrevo, que dá asas à imaginação. É nessas horas que eu realmente gostaria de saber voar.
Ele: Para mim teria a força de um parto atrasado, de alívio…Mas se te faz mal…por favor. O que você quer fazer? Se falar resolve, abre teu coração. Se o contrário, vamos esquecer!!! Estamos na mesma situação. Isso serve de consolo ou como a onda, remove o fundo do mar?
Ela: Eu não sei o que eu quero, aliás, sei sim, mas o que eu quero você não pode me dar. Eu queria um abraço de urso agora, chorar no ombro de alguém…Quem sabe eu ganharia um beijo e como numa mágica, meu coração parasse de sangrar?
Ele: Assim é a Natureza! Da mesma forma que os astros se alinham as vidas se cruzam. Coincidentemente sofremos do mesmo mal e tenho os mesmos sintomas. A faca cravada não está no meu peito, mas no meu estômago. É como se uma mão de ferro o apertasse cada vez que a lâmina do pensamento adentra mais um pouquinho.
Ela:“Quis jogar fora tudo que é dele ou tudo que traz uma lembrança! Mas como, se não tenho coragem de me jogar nos trilhos do trem?”
Ele: …
Ela:“Deviam vender na papelaria, ou talvez na farmácia uma borracha bem grande para que eu pudesse apagá-lo do meu coração….”
Ele: Beijo no teu coração!

Ela: ………………………………………………………………………………….

Não intencional

Posted in Sobre depois. on 28/11/2010 by adrianatribal

 

 

Você poderia ser a minha escolha não intencional
Para viver o resto da minha vida
Você poderia ser aquela que eu sempre vou amar
Você poderia ser a única que ouve minhas mais profundas inquisições
Você poderia ser aquela que eu sempre vou amar
Eu estarei lá assim que eu puder
Mas estou ocupado
Consertando
Pedaços da vida que eu tinha antes…

O começo.

Posted in Sobre depois. on 27/11/2010 by adrianatribal

Lua em Sextil com Plutão natal

Inicio: 25/11/2010 Fim: 25/11/2010

Sentimentos profundos e emoções intensas poderão aflorar agora. Contatos superficiais não vão nos satisfazer. Em relação aos amigos e às pessoas queridas, vamos querer descobrir o verdadeiro significado emocional que eles têm para nós. Ao liberar conteúdos psíquicos que reforçam os laços afetivos, esse trânsito costuma exercer um efeito terapêutico na maioria dos relacionamentos Precisaremos, no entanto, ser cuidadosos para não ficarmos obcecados por metas estabelecidas nesse momento. Mesmo sendo um trânsito de curta duração, essa influência astrológica pode resultar em comportamento compulsivo.

Esse trânsito lunar costuma também despertar o interesse pelo mistério, que pode expressar-se através da simples leitura de um romance de suspense ou através de estudos relacionados a fenômenos psíquicos ou ocultismo.

Já na vida doméstica, esse sextil costuma ser indicativo de tarefas como limpeza, consertos e reorganização da casa.

O que veio depois é o que já estava.

Caminhos.

Posted in Sobre depois. on 27/11/2010 by adrianatribal

Um ou dois presentes…

Posted in Sobre depois. on 26/11/2010 by adrianatribal

 

 

“Amor. Bolinhas de sabão. O som de copos com água. O som das gotas no chão. Um sorriso tímido. A música por trás dos ruídos. Um coração encostado no outro. Um ou dois para sempres. Um avião nas mãos de um menino. Um barquinho de papel. Uma pipa atravessando as nuvens. Uma sementeira de tulipas. Um mingauzinho de aveia. Um par de meias listradas. Dois ou três cata-ventos. Uma palavra inventada.”

 

Uma verdade mentida. Três ou quatro mentiras verdadeiras.

 

Papai Noel,eu não me comportei, eu chorei atrás das portas e nos cantinhos do banheiro, eu não comi a comidinha e não usei protetor solar. Eu não me comportei, abri a porta ao estranho e deixei que ele revirasse minhas gavetas empoeiradas, tomei muita água, mas era salgada, então não conta.

Eu não me comportei, cortei três meses de ano e inventei um calendário que começava em fevereiro, e terminava em novembro, eu resguei o embrulho que não era meu e não guardei as fitas do presente que fui,rasguei minha etiqueta e me entreguei sem recibo, perdi a nota que falava do meu valor e ninguém pagou a fatura.

Descomportada, já não posso me trocar.

Eu não me comportei, mas estendo mesmo assim todas as minhas meias no varal, todas ímpares, não repare.

 

 

Correspondência usurpada.

Posted in Sobre depois. on 26/11/2010 by adrianatribal

“Se queres que eu diga…

…digo, digo tudo o que quiseres, direi aquilo que mais precisas, que serás amada mais uma vez, e outra e mais de três vezes. E digo ainda, pois queres que te diga, perderás o mesmo fundo do estômago que já perdeste outras vezes tudo por causa do amor que ainda viverás e de tanto amor escreverás tantas poesias pois te é impossível estancar. E escolherás inúmeros outros livros, sozinha e acompanhada de teus amigos e de todos os demais amantes que te lerão páginas inteiras e outras tantas decifrarás a alguém que te ouvirá atentamente com todos os ouvidos e olhos e boca, ouvidos que também ouvirão gemidos da tua paixão e olharão com olhos de ardor a tua nudez e beijarão teus lábios e morderão a tua língua e sentirão com as mãos a maciez da tua pele e as curvas do teu desejo. E se queres que mais te fale, atentes para estas palavras que mesmo escritas leio em alta voz enquanto componho: nada como uma grande paixão para quereres outra paixão imensa. Nada como o fim de um ciclo para iniciares outro com mais experiência e vontade de não errares muito. Então, não tenhas medo, embora eu saiba que medo ainda terás, mas isso é a vida, temos medo de tudo, de bichos, animais ferozes, intempéries, emprego perdido, teremos medo de outros fins de semana tristes e melancólicos assim como teremos ainda lindas outras feiras chuvosas, boas para tomarmos capuccinos. E reafirmo-te para encerrar: alivia-te por te veres livres das amarras do inexequível.”

Daqui:  www.naodiscuto.com

Nunca_mais!

Posted in Sobre depois. on 25/11/2010 by adrianatribal

Nós não dançamos descalços em uma noite qualquer, sem música, sem ritmo, só corpos embalados um pelo outro porque o contato era bom e porque era um sonho de um de nós.

Nós não escolhemos destino de férias, e nunca planejamos mais que uma semana ou duas, mesmo sabendo que o tempo é mais rápido do que jamais poderemos ser, mesmo sentindo que todo beijo poderia ser o último.

Nós nunca passeamos de mãos dadas na areia da praia, banhados pela lua e pela água grudenta e salgada e eu nunca pude contar pra você que não sei nadar, e que não sei voar, e que por isso tenho medo de águas profundas e de alturas, e que por isso sempre me segurei com todas as forças nas bordas. E que eu nunca tinha tirado meus pés do chão.

E nós nunca vimos o sol nascer, não com noção de que ele nascia, e de que nascia um dia novo pra mim e pra ti juntos, e que seria, portanto, um dia nosso. Nós nunca tivemos noção do que quer dizer “nosso”. Éramos dois separados juntos por poucas horas, poucos dias, uma eternidade perdida em minutos apressados demais.

Eu nunca soube qual era teu pecado mais escabroso, tua vontade mais envergonhada, e nunca soube de um medo seu, na verdade eu nunca consegui te imaginar com medo, erro meu, erro meu… É que meus medos foram sempre tão maiores que eu, e na minha pequenez eu imaginava todos em revoada diante desse teu tamanho, que me protegeria de mim mesma, erro meu, de novo.

Eu te falei sobre mãos e direção!!! Eu sou feliz por isso, por ter embalado um segredo escabroso e ter entregue à ti, tão pouco, mas tão tudo, tão meu. Guarda, é teu agora, nunca mais ninguém vai ouvir confissão tão profunda.

Nós nunca fizemos amor. De madrugada, na tua sacada, correndo todos os riscos e sentindo que o prazer era furtado, era proibido, sentindo frio em algumas partes do corpo, tendo outras em fogo. Você nunca gozou me chamando, mas pegou tua alma no retorno dos pés à terra todas as vezes. Você nunca foi meu. Eu nunca fui única, nós nunca prometemos, mas eu fui pertencente, sou grata a você por isso.

Nós nunca teremos certeza,sobre o que foi e sobre o que poderia ser.

E eu nunca amei alguém assim.

(Consta nos mapas, nos lábios, nos lápis

Consta nos Ovnis, no Pravda, na Vodca........)

Lady Malvadeza, em sal e células vermelhas.