Arquivo para abril, 2009
Significância
Posted in Livros on 30/04/2009 by adrianatribalMorada
Posted in Dos desvarios. on 29/04/2009 by adrianatribalNotas para um livro bonito.
Posted in Eu queria ter dito... on 28/04/2009 by adrianatribalPeixe eu, peixe eu, Peixeu paixão. Eu sou um peixe porque não existe terra, existem Vilas Velhas que um dia foram fundo de oceano. E daqui onde estou não posso sequer enviar um postal de espantos, porque a umidade amolece os papéis, tudo esfarela. Ele tira os sapatos, as meias, estão tatuados na barriga dos pés peixinhos, um cavalo marinho e o nome real da pessoa que aqui ele chama de Tristeza.
A Tristeza é uma peixeira afiada. Os olhos da peixeira são de uma alvura quase indolor, mas em certas ocasiões tornam-se verdes, é quando ela ´tá com fome de sexo. Se um peixe conhece o fundo das águas, eu posso retê-los depois de tê-los visitado por dentro. Não sou um peixe de rio, ou mar. Sou um peixe de neblina. E estou falando de uma tecnologia do afeto, uma espécie de coisa que permita que mesmo sem metáfora, sem linguagem, que permita que a gente compreenda que trepar é fazer poema, e que ir embora é assassinar. Quando a Tristeza me assassinou ela foi abominavelmente lenta. A Tristeza conhece mecanismos de tortura. Mas por quê, por que você está fazendo isso comigo? Porque com você o amor seria sério demais, eu teria que me comprometer, e eu tenho medo que tudo acabe mal. Mas Tristeza, vamos pelo menos tentar… Não! Não, é só o que sabe me dizer a Tristeza. Nãos. Perdoe se é um peixe-morto que envia esse postal de águas. Eu fui morto de tal modo que virei isso, uma boca aberta que não respira. Daí as sucessivas broncas que levo dos brônquios. Tristeza harpa, Tristeza harpia, Tristeza arpão. Se pudesse eu ficaria o tamanho do oceano olhando pra você. Eu ia olhar tão fundo, eu ia olhar até arrebentar os olhos como eles fossem duas lâmpadas que pá pééém. Quando ele tira o casaco e a camiseta, estão tatuados no peito, na barriga, nas costas peixes, peixinhos, um tubarão e o nome real da pessoa que aqui se chama Tristeza.
Então depois seria nisso um céu propício para o sofrimento, mas o sofrimento de um sofrer tão bem lavado de escuridões, de uma limpidez de trevas tão contaminadas, que nesse buraco negro, você que é irmã siamesa da angústia, do medo, da auto-piedade, você que é essa fossa que não fede porém é intragável, você começaria a se transformar em outra coisa, e eu, minha Tristezazar, eu deixaria de sentir dor. Deixaria de sentir dor, e mesmo assim não seria um azulejo, já que azulejos não sentem dor, mas deixaria de sentir dor e continuaria sendo um peixe, eu, peixe, Peixeu paixão. E me olharia no espelho que é você, esse abismado mar revoltoso e revoltante, mas nem mais verdes seriam as lembranças de minhas retinas nem menos fatigadas. Até que, paixão, já morto, perguntaria: espelho, espelho eu, espelho sente dor?
Espumamente
Posted in Dos desvarios. on 27/04/2009 by adrianatribal
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Eu vou tomar banho com tuas mãos, como se banho pudesse ser bebido, como se água líquida aplacasse essa sede que alucina como se tuas mãos fossem minhas.
Espalhar tuas mãos nos cabelos, no contorno do rosto, na curva do pescoço teus dedos dentro da minha boca tua boca colada na minha orelha direita, gemendo, eu vou fazer espuma de você pra derramar de cima a baixo, um passeio tortuoso por mim, nas reentrâncias nos pedaços escondidos e quentes naquelas partes que te conheceram tão bem em tão pouco tempo essas partes de memórias elefantinas, as que foram mais felizes.
E eu sei que esse banho é um paliativo, e paliativos adiantam por hoje e um pedacinho de amanhã, e amanhã, na exata metade do dia eu vou alucinar de novo (sim, eu sei o que é alucinar, mas quem se importa?) e por um tempo vai parecer que não tem banho que dê jeito nesse despropósito de alma, nessa gritaria de corpo, por mais gelado ou quente que seja, mas vai passar, pisoteia, mata o terreno, mas passa, pra um pouco mais tarde, mas passa.
E meu banho de hoje vai ter você de sabonete, xampu, água, toalha, hidratante e todas as frescuras que eu conseguir achar pra imitar teu toque, pra acelerar meu tesão, pra me doer fundo, pra me levar pra aquele céu de respiração suspensa, aceleração, um céu de palpitação de coração entre as pernas.
Lá, onde mais me fazes falta.
Falando sobre YouTube – Inter – Peleia Ultramem
Posted in Orgulhos on 26/04/2009 by adrianatribal
CitaçãoNão tá morto quem peleia, mas fica todo estropiado!!!!!
Diferenças
Posted in Livros on 25/04/2009 by adrianatribalFalando sobre YouTube – Rita Ribeiro – Contra o tempo
Posted in Descobertas on 20/04/2009 by adrianatribalCelibato
Posted in Livros on 20/04/2009 by adrianatribalDe todas as perversões, a mais estranho é o celibato, o desejo de cancelar todo o desejo, de odiá-lo. Não que se possa aboli-lo de uma vez por todas. O desejo como os mortos, ou como uma refeição desagradável, sempre volta – sendo indigesto, em última análise (…) O que ela não via era que o inocente tinha tudo – integridade, respeito, boa moral – exeto o prazer. O prazer: redemoinho e abismo que ao mesmo tempo ansiamos e tememos. O prazer implica sujar as maõs e a mente sofrendo ameaças: há medo, aversão, raiva de si e falência moral. Prazer é trabalho duro; nem todos conseguem ir atrás dele, talvez a maioria das pessoas não consiga.
(Hanif Kureishi, em Tenho algo a te dizer)