Olá estranho,
Eu serei a moça perdida no corredor das verduras, entre alfaces e espinafres, com os pés manchados de beterraba e morangos.
Vou usar pra te encontrar teus olhos estraçalhados e nada mais, e terei nas mãos pétalas secas e poeirentas, dessas que soltam pó de estrelas quando é rápida a aproximação.
A hora continua a combinada, quando o sol já se apagou mas os neons não estão acesos, aquela hora em que a música é uma cacofonia de trinados e buzinas (ao longe tem um oboé tocando…)
Eu direi teu nome secreto e a senha escrita por um disléxico sonâmbulo e desvairado.
E você chamará meu nome, enigma devorador e insistente, preso na tua garganta desde sempre.
E nossas bocas estarão sangrentas quando se afastarem.
Não tem como errar a pessoa certa agora…