Arquivo para novembro, 2010

Cyber.

Posted in Orgulhos on 29/11/2010 by adrianatribal

Nós somos muitos. Nós, os que caimos do disco voador.  F. caiu, L. caiu. P. caiu… Cyber caiu também, A. caiu, J. caiu, Frida também caiu…. Alguns já voltaram, alguns vão logo, outros vão continuar clamando e negando sua procedência.  Alguns nomes eu posso usar, alguns só eu conheço, só alguns me conhecem. Nós caimos quase sempre, quando não caimos, fomos jogados ou nos jogamos.

Todos nós costumamos dizer que esperamos a nave mãe, que estamos prontos pra voltar, que não somos daqui, e todos nós sabemos que ela está ali, estacionada na esquina, próxima aos trilhos, à distancia de alguns comprimidos, um estampido, laços, laminas.

Nós não olhamos, falamos  sobre a nave mãe da mesma forma que falamos com crianças, usando a terceira pessoa, nós falamos sem assumir que sabemos o quão perto chegamos do embarque às vezes, Ela, a nave mãe, vai estar sempre ali, nós temos ciência disso, nós sabemos.

Ela nos quer de volta, seus pintinhos, nos quer no seu ninho, nos presenteia com viuves, rasgos, pontes caídas, frio, calor, palavras afiadas, coisas que voam, coisas que rastejam pra baixo de nossas camas à noite, nos presenteia, com essas coisas que parecem daqui, nos prometendo que lá, no paraíso dos discos voadores, ninguém e nada, nunca acaba.

Nos somos alegres, nós rimos de nós mesmos, nós aprendemos desde muito cedo a fazer piada de nossa abdução interrompida, a rir de tudo isso, a olhar mais pra frente, a dobrar mais uma esquina, atravessar mais uma rua de olhos fechados, a evitar as rachaduras nas calçadas. Nós rimos e fazemos rir, e é só por isso, por essa função de alegria forçada que não fomos reivindicados nem reivindicamos nosso pedaço de paraíso lá no céu dos discos voadores.

Alma mater.

Posted in Dos desvarios. on 29/11/2010 by adrianatribal

 

“Sem alegria nem cuidado, nosso pai encalcou o chapéu e decidiu um adeus para a gente. Nem falou outras palavras, não pegou matula e trouxa, não fez a alguma recomendação. Nossa mãe, a gente achou que ela ia esbravejar, mas persistiu somente alva de pálida, mascou o beiço e bramou: — “Cê vai, ocê fique, você nunca volte!” Nosso pai suspendeu a resposta. Espiou manso para mim, me acenando de vir também, por uns passos. Temi a ira de nossa mãe, mas obedeci, de vez de jeito. O rumo daquilo me animava, chega que um propósito perguntei: — “Pai, o senhor me leva junto, nessa sua canoa?” Ele só retornou o olhar em mim, e me botou a bênção, com gesto me mandando para trás. Fiz que vim, mas ainda virei, na grota do mato, para saber. Nosso pai entrou na canoa e desamarrou, pelo remar. E a canoa saiu se indo — a sombra dela por igual, feito um jacaré, comprida longa.”

(Guimarães Rosa, A Terceira margem do rio)

Carta Anônima

Posted in Sobre depois. on 29/11/2010 by adrianatribal

 

 

Tenho trabalhado tanto, mas penso sempre em você. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assentada aos poucos e com mais força enquanto a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos. Tão transparentes que até parecem de vidro, vidro tão fino que, quando penso mais forte, parece que vai ficar assim clack! e quebrar em cacos, o pensamento que penso de você. Se não dormisse cedo nem estivesse quase sempre cansado, acho que esses pensamentos quase doeriam e fariam clack! de madrugada e eu me veria catando cacos de vidro entre os lençóis. Brilham, na palma da minha mão. Num deles, tem uma borboleta de asa rasgada. Noutro, um barco confundido com a linha do horizonte, onde também tem uma ilha. Não, não: acho que a ilha mora num caquinho só dela. Noutro, um punhal de jade. Coisas assim, algumas ferem, mesmo essas que são bonitas. Parecem filme, livro, quadro. Não doem porque não ameaçam. Nada que eu penso de você ameaça. Durmo cedo, nunca quebra.

Daí penso coisas bobas quando, sentado na janela do ônibus, depois de trabalhar o dia inteiro, encosto a cabeça na vidraça, deixo a paisagem correr, e penso demais em você. Quando não encontro lugar para sentar, o que é mais freqüente, e me deixava irritado, descobri um jeito engraçado de, mesmo assim, continuar pensando em você. Me seguro naquela barra de ferro, olho através das janelas que, nessa posição, só deixam ver metade do corpo das pessoas pelas calçadas, e procuro nos pés daquelas aqueles que poderiam ser os seus. (A teus pés, lembro.). E fico tão embalado que chego a me curvar, certo que são mesmo os seus pés parados em alguma parada, alguma esquina. Nunca vejo você – seria, seriam? Boas e bobas, são as coisas todas que penso quando penso em você. Assim: de repente ao dobrar uma esquina dou de cara com você que me prega um susto de mentirinha como aqueles que as crianças pregam umas nas outras. Finjo que me assusto, você me abraça e vamos tomar um sorvete, suco de abacaxi com hortelã ou comer salada de frutas em qualquer lugar. Assim: estou pensando em você e o telefone toca e corta o meu pensamento e do outro lado do fio você me diz: estou pensando tanto em você. Digo eu também, mas não sei o que falamos em seguida porque ficamos meio encabulados, a gente tem muito pudor de parecer ridículos melosos piegas bregas românticos pueris banais. Mas no que eu penso, penso também que somos meio tudo isso, não tem jeito, é tudo que vamos dizendo, quando falamos no meu pensamento, é frágil como a voz de Olívia Byington cantando Villa-Lobos, mais perto de Mozart que de Wagner, mais Chagal que Van Gogh, mais Jarmush que Win Wenders, mais Cecília Meireles que Nelson Rodrigues.

Tenho trabalhado tanto, por isso mesmo talvez ando pensando assim em você. Brotam espaços azuis quando penso. No meu pensamento, você nunca me critica por eu ser um pouco tolo, meio melodramático, e penso então tule nuvem castelo seda perfume brisa turquesa vime. E deito a cabeça no seu colo ou você deita a cabeça no meu, tanto faz, e ficamos tanto tempo assim que a terra treme e vulcões explodem e pestes se alastram e nós nem percebemos, no umbigo do universo. Você toca minha mão, eu toco na sua.

Demora tanto que só depois de passarem três mil dias consigo olhar bem dentro dos seus olhos e é então feito mergulhar numas águas verdes tão cristalinas que têm algas na superfície ressaltadas contra a areia branca do fundo. Aqualouco, encontro pérolas. Sei que é meio idiota, mas gosto de pensar desse jeito, e se estou em pé no ônibus solto um pouco as mãos daquela barra de ferro para meu corpo balançar como se estivesse a bordo de um navio ou de você. Fecho os olhos, faz tanto bem, você não sabe. Suspiro tanto quando penso em você, chorar só choro às vezes, e é tão freqüente. Caminho mais devagar, certo que na próxima esquina, quem sabe. Não tenho tido muito tempo ultimamente, mas penso tanto em você que na hora de dormir vezemquando até sorrio e fico passando a ponta do meu dedo no lóbulo da sua orelha e repito repito em voz baixa te amo tanto dorme com os anjos. Mas depois sou eu quem dorme e sonha, sonho com os anjos. Nuvens, espaços azuis, pérolas no fundo do mar. Clack! como se fosse verdade, um beijo.

…..

(Caio Fernando Abreu)

 

Suavemente

Posted in Não categorizado on 28/11/2010 by adrianatribal

 

Biblioteca de nuvens…

 

Tu Tu TU

Posted in Sobre depois. on 28/11/2010 by adrianatribal

Eiiiii!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Ele conhece teu DDD, ele sabe teu numero, ele sabe tudo de vc, ele só não tá mais a fim disso, seja lá o que era, pra vc ou pra ele, ele não tá mais afim! Tendeu cabeçona??

Mono_…

Posted in Sobre depois. on 28/11/2010 by adrianatribal
Ela: Com dois monólogos não se faz um diálogo…
Ele: Nem sempre! É preciso que estejam a menos de meio metro de distância, ou então ligados por uma amizade tecida com fios de dor, amor, paixão, saudade e tingida com a cor da esperança!
Ela: Esse é o tipo de coisa que EU escrevo, que dá asas à imaginação. É nessas horas que eu realmente gostaria de saber voar.
Ele: Para mim teria a força de um parto atrasado, de alívio…Mas se te faz mal…por favor. O que você quer fazer? Se falar resolve, abre teu coração. Se o contrário, vamos esquecer!!! Estamos na mesma situação. Isso serve de consolo ou como a onda, remove o fundo do mar?
Ela: Eu não sei o que eu quero, aliás, sei sim, mas o que eu quero você não pode me dar. Eu queria um abraço de urso agora, chorar no ombro de alguém…Quem sabe eu ganharia um beijo e como numa mágica, meu coração parasse de sangrar?
Ele: Assim é a Natureza! Da mesma forma que os astros se alinham as vidas se cruzam. Coincidentemente sofremos do mesmo mal e tenho os mesmos sintomas. A faca cravada não está no meu peito, mas no meu estômago. É como se uma mão de ferro o apertasse cada vez que a lâmina do pensamento adentra mais um pouquinho.
Ela:“Quis jogar fora tudo que é dele ou tudo que traz uma lembrança! Mas como, se não tenho coragem de me jogar nos trilhos do trem?”
Ele: …
Ela:“Deviam vender na papelaria, ou talvez na farmácia uma borracha bem grande para que eu pudesse apagá-lo do meu coração….”
Ele: Beijo no teu coração!

Ela: ………………………………………………………………………………….

Não intencional

Posted in Sobre depois. on 28/11/2010 by adrianatribal

 

 

Você poderia ser a minha escolha não intencional
Para viver o resto da minha vida
Você poderia ser aquela que eu sempre vou amar
Você poderia ser a única que ouve minhas mais profundas inquisições
Você poderia ser aquela que eu sempre vou amar
Eu estarei lá assim que eu puder
Mas estou ocupado
Consertando
Pedaços da vida que eu tinha antes…

Um Samba Popular.

Posted in Saúde e bem-estar on 28/11/2010 by adrianatribal

 

 

E quando eu descobrir o que vergonha na cara come, eu vou criar umas quantas,enquanto isso eu, “sigo incomodando gente, chorando no telefone.”

Gardenal

Posted in Não categorizado on 27/11/2010 by adrianatribal

 

 

Adoro ver que termos de busca trazem as pessoas até aqui; Tem meu amigo que visita Monet 4587 vezes por dia, visitava, Lady Malvadeza sumiu com Monet, tem alguém apaixonado por Banheiras, Tem uma outra pessoa, só pode ser menina que sempre usa “Balão cheio no coração”, já teve alguém pesquisando como faz para casar com um cigano (?) – Confesso que não sei, saias compridas nunca ficaram muito bem em mim. Mas a vencedora foi uma de hoje:

“Dose de Gardenal para calopsitas.”

Seguinte leitorinho proprietário de uma calopsita esquisitinha, se você descobriu a dose me conta. Não é pra tratamento, é só pra saber a partir de quanto eu posso provocar uma overdose segura.

Amo-lhes.

Lady Malvadeza, operando em modo sogra.

O começo.

Posted in Sobre depois. on 27/11/2010 by adrianatribal

Lua em Sextil com Plutão natal

Inicio: 25/11/2010 Fim: 25/11/2010

Sentimentos profundos e emoções intensas poderão aflorar agora. Contatos superficiais não vão nos satisfazer. Em relação aos amigos e às pessoas queridas, vamos querer descobrir o verdadeiro significado emocional que eles têm para nós. Ao liberar conteúdos psíquicos que reforçam os laços afetivos, esse trânsito costuma exercer um efeito terapêutico na maioria dos relacionamentos Precisaremos, no entanto, ser cuidadosos para não ficarmos obcecados por metas estabelecidas nesse momento. Mesmo sendo um trânsito de curta duração, essa influência astrológica pode resultar em comportamento compulsivo.

Esse trânsito lunar costuma também despertar o interesse pelo mistério, que pode expressar-se através da simples leitura de um romance de suspense ou através de estudos relacionados a fenômenos psíquicos ou ocultismo.

Já na vida doméstica, esse sextil costuma ser indicativo de tarefas como limpeza, consertos e reorganização da casa.

O que veio depois é o que já estava.